Paulo Pio
Nesses anos de vida profissional, ouvi por diversas vezes, frases do tipo:
“Trabalhei tanto e de forma tão intensa que não vi meus filhos crescerem”;
“Ele amadureceu e eu não percebi;
“Meu filho está depressivo, apesar de todo o luxo e comodidade que possui em casa”;
“Eles ou elas me culpam por eu não ter dado a devida atenção em seus problemas e anseios”.
Apesar de todas as mudanças no contexto social, a família, tradicional ou em seus novos modelos continua a ser uma das principais fontes de afetividade de todos os seres humanos. Filhos e tutelados precisam de atenção e carinho, precisam sentir-se amados e respeitados, precisam de pais e responsáveis prestimosos, carinhosos e atuantes. Precisam de disciplina na medida certa.
Você já parou para pensar no valor da palavra pai na mente do seu filho?
Papai e mamãe geralmente são as primeiras palavras que aprendemos a falar, nos acostumamos com esta identidade sonora já nos primeiros dias de vida. Ao longo da infância e adolescência, vamos proferi-las milhares de vezes. Vale afirmar que Pai e Mãe são as marcas mais conhecidas do mundo.
Como estamos tratando os nossos filhos e tutelados? Lembre-se: se você não for o primeiro na sua mente, alguém vai ser! As famílias de hoje estão sendo consumidas pelo trabalho. Passam, muitas vezes, 12 horas em suas atividades profissionais e quando chegam em casa estão no limite da sua condição física e emocional. Tão modernos em suas atitudes na empresa, muitos pais, em suas casas, praticam ainda antigos regimes patriarcais. É um peso enorme brincar ou conversar um pouco com os filhos e tutelados. Na menor contrariedade, fogem para a TV, o computador, celular e se isolam. Com essas atitudes, perde-se a referência, os filhos percebem a falta de interesse, sua inabilidade em tratar com eles, em interagir de modo saudável no seu mundo e, muitas vezes, procuram em padrões externos o exemplo que a família deveria dar em casa.
Apesar da dificuldade em unir as duas coisas, ser um bom pai deve ser a prioridade. O mundo nunca precisou tanto do amor paterno exercido dentro do lar. Não importa aqui a quantidade do tempo despendido, e sim, a qualidade do tempo que se passa com os filhos.
Conheço pais ou tutores admiráveis que trabalham muito – alguns são grandes executivos, outros são profissionais liberais ou operários em fábricas – e que possuem filhos maravilhosos e gratos, filhos que reconhecem o esforço paterno em conciliar as duas coisas e retribuem com carinho, cidadania, amor e senso de responsabilidade. Pais atuantes, que usam a disciplina na medida certa, que são grandes amigos dos seus filhos. Pais que, por motivos de separação conjugal não convivem no mesmo lar, mas que não deixam seus pupilos sem atenção e amor um dia sequer.
A função social da paternidade é muito importante, pois estamos criando os futuros habitantes do planeta. Ser um bom pai é o desafio mais importante da vida de um homem.
Paulo Pio
CEO na Empresa Pais Atentos, Especialista em Dependência Química – Grea/USP, Agente Multiplicador na Prevenção ao Uso de Drogas – Dipe/Denarc e Bacharel em Propaganda e Marketing.