Atrás da tela do Facebook, do WhatsApp, Instagram e outros, existem recursos e especialistas que possuem o poder de influenciar milhões, causar guerras, eleger ou derrubar governos…
Por Paulo Pio
O advento das novas tecnologias de compartilhamento de notícias via celular é recente na história da humanidade e está causando estragos irreparáveis. Surgiu como um importante meio de comunicação e união entre as pessoas, tanto que não conseguimos enxergar a vida sem elas, no entanto, os cidadãos do mundo em sua maioria ainda não sabem utilizar essa ferramenta para o bem comum, nem tem a mínima ideia do poder de controle que ela gera em suas mentes, atitudes e julgamentos. Estamos todos, sem distinção, em um processo de aprendizado.
Atrás da tela do Facebook, do WhatsApp, Instagram e outros, existem recursos e especialistas que possuem o poder de influenciar milhões, causar guerras, eleger ou derrubar governos, incitar a violência, causar desagregação e instabilidade em países inteiros, derrubar a economia, incitar o ódio, enganar, desagregar, desinformar e vai por aí…
Sem nos darmos conta, tudo o que escrevemos, compartilhamos, curtimos e assistimos ajudam a compor a nossa personalidade no mundo digital. Estas informações são analisadas e o nosso perfil é definido. Muitos especialistas em tecnologia afirmam que: “os algoritmos sabem mais de nós do que nós mesmos”. Quem já não se deparou após uma pesquisa no Google sobre um produto qualquer, com a oferta de vários produtos similares em sua página no minuto seguinte. O lado negro dessa história é a manipulação das massas e das mentes.
Um exemplo clássico se deu há alguns anos, na eleição americana, uma empresa de nome Cambridge Analítica conseguiu acessar os dados de milhões de americanos de forma ilegal. Diante desses conhecimentos, cruzou os dados e verificou aqueles que tinham uma tendência em votar em um determinado partido e começou a enviar propaganda de um candidato através de robôs e processos capazes de enviar milhões de mensagens por dia, o Facebook descobriu a estratégia e bloqueou os envios, mas o WhatsApp ficou liberado. Tudo bem se as informações enviadas fossem verídicas e de fontes seguras, mas no meio de 20 verdades iam 80 mentiras e fatos lamentáveis que ao invés de informar corretamente, provocavam discórdias e interpretações erradas dos fatos. Um Presidente Americano foi eleito por essa máquina de notícias falsas.
Todos os países do mundo estão passando por esse fenômeno de envio e manipulação das pessoas por intermédio de notícias falsas. Você está na sua bolha, nos seus grupos particulares recebendo a todo instante mentiras que vem de forma aumentada e misturada com fatos desagradáveis, justamente para mexer com o seu brio, com os seus sentimentos e instintos mais básicos. E de tanto ler, chega uma hora que se toma tudo como verdade.
Em nome da boa convivência entre todos, não compartilhe notícias falsas, discursos de ódio ou qualquer informação que não venha de fonte segura. Tenha o seu candidato, sua ideologia, seus pontos de vista, seus hobbies, mas não se deixe levar pela onda de ódio e descrédito em que chegamos. Usemos a inteligência e o coração para buscarmos a fraternidade e o diálogo, não vamos usar as mídias sociais para promover a guerra e a desagregação. O Brasil não merece isso, nossas crianças e jovens não merecem isso. Somos responsáveis por tudo o que compartilhamos, teremos culpa de quaisquer atos ou tragédias derivadas das nossas postagens, por não analisarmos com critério o que recebemos e nos calarmos diante das inverdades.
O filósofo Sócrates sempre que recebia uma notícia, usava de 03 peneiras, ele perguntava: É verdade? Vai Ajudar alguém? Será útil para o meu próximo?
Paulo Pio
Especialista em dependência química pelo GREA/USP e agente multiplicador na prevenção ao uso de drogas pelo DIPE/DENARC. Conselheiro para lideranças comunitárias na prevenção ao uso de drogas pelo SUPERA/UNIFESP, diretor e idealizador do projeto “Pais Atentos: filhos felizes, alunos saudáveis” e bacharel em propaganda e marketing. E-mail: paisatentospio@gmail.com