Cães e gatos cada vez mais são incorporados ao seio das famílias e tornam-se muitas vezes a fonte principal de afeto, aconchego e alegria de uma casa.
Por Danilo Pastorello
Vivemos em tempos onde as mudanças sociais acontecem rapidamente. As famílias atuais, principalmente nas grandes metrópoles, deparam-se com os desafios da vida contemporânea, onde as responsabilidades aumentam e o tempo parece cada vez mais escasso. Nesse ínterim, a relação entre o homem e o animal (principalmente o cão e o gato) também mudou bastante. É nítido, por exemplo, o crescimento do número de cães de companhia em relação aos cães de guarda, ou a preferência por cães de pequeno porte a cães de grande porte.
Evidentemente, esse comportamento nos leva a pensar que a restrição de espaço das casas e a opção por morar em apartamento são os principais fatores para essa mudança, porém, ao contrário do que pode parecer, o comportamento das famílias influi de forma significativa.
Cães e gatos cada vez mais são incorporados ao seio das famílias e tornam-se muitas vezes a fonte principal de afeto, aconchego e alegria de uma casa. Fazem quase tudo que seus donos fazem: deitam-se no sofá, assistem televisão, sentam à mesa de jantar (ou ao lado da cadeira, esperando ansiosamente por um pedacinho de pizza!), dormem na cama e vão com seus donos para todo lugar. Não é difícil encontrar, por exemplo, hotéis, restaurantes, supermercados e shoppings que aceitam e se adaptam à presença dos nossos melhores amigos! Tudo isso representa uma mudança de comportamento e pode ser visto como um progresso da sociedade – inclusive, é possível medir o grau de desenvolvimento de uma nação, entre outros parâmetros, pela forma como esta trata seus animais. Leia, abaixo, alguns benefícios dessa “amizade fiel” para as crianças:
- Aumenta a autoestima, confiança e disposição.
- Desenvolve a capacidade de expressão e coordenação motora.
- Ajuda a reduzir a timidez, melhora a criatividade e a concentração.
- Na medida certa, desenvolve seu senso de responsabilidade.
Porém – é claro que haveria um porém –, aumenta nossa responsabilidade para com eles.
Sendo cada vez mais próxima a nossa relação com os animais de companhia, acabamos incorporando neles comportamentos humanos, tornando-os mais exigentes, ansiosos e carentes de afeto. Por isso, precisamos pensar muito na hora de adquirir um animal de estimação, levando em conta a realidade e a rotina de nossa família. Um cão ou um gato em casa mudam completamente o nosso dia a dia e essa mudança deve ser para melhor, e para isso devemos pensar nos seguintes aspectos, principalmente:
1 – Teremos tempo para nos dedicarmos a eles?
Cães precisam passear! Quase todos eles aguardam ansiosamente por esses minutos “sagrados” do dia, e muitos passam o dia todo na expectativa do passeio. Caminhadas de 20 minutos duas vezes ao dia em geral são suficientes para promover a dose diária de exercícios que a maioria dos cães necessita. Porém, algumas raças, como Beagles, Labradores e Teckels (“salsichinha”), são hiperativas e requerem muito mais. Na falta de atividade física, tornam-se deprimidos, ansiosos e, em alguns casos, agressivos.
Não é incomum atendermos cães que sofrem de automutilação por estresse e tédio.
Por isso, para as famílias que não dispõem desse tempo sagrado para os cães, talvez seja preferível adquirir um gato, que é bem mais preguiçoso!
2 – Saberemos educá-los para que sejam uma boa companhia?
Um cão deve ser motivo de orgulho para seus donos. Não existe situação mais desagradável do que o cão de companhia da família receber os nossos parentes e amigos com latidos, comportamento de marcação de território, medo ou agressividade.
Todo cão – com raras exceções – tem potencial para ser uma excelente companhia, basta saber educá-lo, impondo-lhe limites, corrigindo as atitudes inconvenientes e recompensando-o pelo bom comportamento. Um exemplo simples é não deixar o cão se apossar do sofá ou da nossa cama. Cães devem e gostam de ter seu próprio refúgio, sua própria caminha. Esse simples limite mostra para ele que existe uma separação e uma hierarquia dentro de casa e eles precisam disso para ser psicologicamente saudáveis.
3 – Teremos recursos para as despesas com alimentação, saúde e higiene?
Cães vivem, em média, 15 anos e os gatos podem chegar aos 20. Com a idade vem a responsabilidade dos donos em garantir o crescimento e desenvolvimento saudável de nossos companheiros. Ração de qualidade, cuidados de higiene frequentes e acompanhamento veterinário são indispensáveis para uma vida saudável. Essa manutenção gera custos, e quando eles ficam doentes, isso pode ser um problema para a família. Hoje em dia, já existem planos de saúde para cães que cobrem quase todo tipo de despesas médicas, inclusive cirurgias e internações. São Paulo é a primeira cidade do País a possuir um Hospital Veterinário Municipal com atendimento gratuito para cães e gatos das famílias de baixa renda.
Enfim, amigo leitor, um animal de estimação em casa nos traz alegria, companhia e paz. Cuidemos deles com fidelidade, dedicação e amor incondicional, porque certamente eles o fazem por nós!